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Foto do escritorProf. Raphael Marinho

TESTAR ou NÃO TESTAR o balonete da sonda vesical de demora?

Atualizado: 9 de jan. de 2020


Vamos lá discutir essa questão do balonete do cateter vesical de demora! Mas antes, já adianto que eu não vou julgar quem está certo ou errado! Não existe errado aqui! Existe duas formas de realizar o procedimento! Podemos até ter uma maneira melhor do que outra. Mas nos falta estudos robustos para comparar as duas práticas. Contudo, uma coisa é certa! Você vai ter que decidir qual forma utilizar! Simbora!


Na literatura mais antiga (qualquer uma delas) você vai encontrar a RECOMENDAÇÃO de testar o balonete. No “Foley Catheter Guidelines - Guidelines for Drainage - 2019” da De Royal Industries e o Ministério da Saúde, através do Manual da Anvisa - Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (2017), também cita como parte da técnica o teste do balonete. Mas porque ele é testado? As sondas podem vir com defeito de fabricação (balonete furado, rasgado etc.) então testa-los antes da introdução seria uma forma de segurança. Imagina então passar o cateter vesical e na hora de balonete não funciona né? Problemas!


Agora, quantas vezes isso aconteceu com você? Eu tenho 10 anos de formado e NUNCA aconteceu isso comigo! Mas é comigo! Certamente com outras pessoas sim! Já deve ter acontecido 1 vez! Com outras diversas vezes! Enfim! Cada um tem suas experiencias!


Nos últimos anos vem surgindo a tendência de NÃO TESTAR o balonete! Pra alguns parece absurdo! Mas até que faz sentido sabia? Vamos entender o motivo!


Hoje, praticamente todos os fabricantes testam os cateteres antes da embalagem, para que cada cateter esteja totalmente funcional, ou seja, os cateteres já vem testado! (E os que são encontrados com defeito em nossa prática?). Quando nós insuflamos e desinsuflamos o balonete para testá-lo, o mesmo pode apresentar um “sulco”, um “enrugamento”, isso além de contribuir para “esticar” ou “rasgar” o balão, pode aumentar o diâmetro do cateter e pode levar a dor ou trauma para o paciente durante a inserção.


A BARD, uma famosa empresa de produtos hospitalares, em seu documento “Foley Catheter Insertion and Removal Sample Procedure” recomenda não testar o balonete; A Children's Hospital Association (CHA), em 2016, publicou em seu site um artigo interessante, chamando atenção para a RUPTURA DO BALÃO DO CATETER DE FOLLEY, segundo eles, a ruptura do balão do cateter Foley pode levar a uma infecção do trato urinário e/ou sepse que requer terapia antibiótica. Os danos resultantes também podem incluir a necessidade de intervenção cirúrgica para a remoção de quaisquer fragmentos de cateter retidos (com a ruptura do balão). A CHA, não recomenda o teste do balonete;


Uma das principais referências para Enfermagem – O livro de POTTER, PERRY e ELKIN. PROCEDIMENTOS e INTERVENÇÕES de ENFERMAGEM (2013), P.435, no capítulo sobre Eliminação Urinária, trás uma ALERTA DE SEGURANÇA “A prática de testar a insuflação do balão de uma sonda de demora não é mais recomendada. a insuflação/desinsuflação precoce do balão pode levar a formação de sulcos, potencializando a causa de traumatismo durante a inserção”


Agora você tem que decidir qual prática realizar! Testar o balão? Não testar o balão?

Confesso pra vocês que já faz algum tempo que não realizo o teste do balonete! Mas me incomodava também o fato de.. “E se por acaso um dia eu pegar um cateter com o balão furado?”


Foi bem aí que eu fiz meu julgamento clínico! Não poderia sustentar a prática no “SE”. Eu poderia passar a vida toda como profissional sem pegar um balão com defeito? Quem sabe! No entanto, já que existe o risco (dor, lesão e até ruptura do balão) relacionado ao teste do balão, continuar realizando o teste, seria oferecer a todos os pacientes esse risco, em troca de talvez um dia, encontrar um balão com defeito! No meu julgamento clínico, pesando os riscos e benefícios, eu opino que é mais prudente não realizar o teste do balonete no cateterismo vesical de demora, enquanto não temos estudos mais robusto comparando as técnicas.


Prof. Raphael Marinho

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FONTES:






5- Procedimentos e intervenções de Enfermagem [Organização Anne Griffin Perry, Patricia A. Potter, Martha Keene Elkin];[tradução de Silvia Mariângela Spada et al]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013

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3 Comments


EDUCAÇÃO CONTINUADA HPM
EDUCAÇÃO CONTINUADA HPM
Oct 03, 2023

Tenho quase 25 anos de formada e nunca peguei uma Foley com balonete furado, porém já atendi pacientes em que no decorrer do uso houve o rompimento do balonete e perda da sonda, mas isso independe do teste ser feito antes da inserção. ultimamente não estou realizando o teste e não tive problemas quanto a isso, vale ressaltar que deve-se preencher o balonete com a quantidade de AD indicada pelo fabricante.

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Irene Queiroz
Irene Queiroz
Apr 10, 2021

Eu uso sonda a mais de 2 anos. E passei por dois problemas, uma vez a sonda estava furada e foi perdendo o líquido ao longo do dia e caiu.

Outra vez inflaram o balão e ele explodiu na minha bexiga foi uma sensação horrível.


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paolavitoria.9
Oct 22, 2020

Caraca, fiquei pensativa agora. Ainda sou acadêmica de Enfermagem e justamente comigo na primeira vez que fui passar CVD estava testando o o balonete e ele não insuflou, não ia de jeito nenhum, até pensei que estaria fazendo de um jeito errado, porém, só foi trocar de sonda que o balonete insuflou instantaneamente.

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